O que os pais deveriam fazer para serem melhores pais?

“Se vocês fossem dar uma palestra para pais sobre como criar melhor os filhos, o que vocês falariam nessa palestra?”

Esta pergunta foi feita a adolescentes de 14 anos quando conversávamos sobre o papel da família na prevenção e no tratamento das dependências químicas, pois haveria uma palestra para os pais deles durante a semana e seus conselhos seriam apresentados nesta palestra.

150 adolescentes, que poderiam escrever QUALQUER coisa em um pedaço de papel, surpreenderam a todos que pudessem tentar prever quais seriam as suas sugestões.

Vamos aos resultados:

50% dos conselhos teve relação com “estar mais próximo dos filhos”, ou seja, metade dos adolescentes, mesmo podendo falar sobre qualquer tema, escolheu este para aconselhar os pais.

É, parece que os pais andam distantes, envolvidos demasiadamente nas suas coisas e estão deixando os filhos a cargo da escola, dos amigos e da tecnologia. Provavelmente sentindo isso, os adolescentes disseram que os pais deveriam se aproximar mais, estar mais juntos dos filhos. E deram conselhos como:

“Converse mais com o filho sobre o que está acontecendo na vida dele”

“Dê suporte ao filho. Escute o que ele tem a dizer primeiro para melhorar a relação”

“Estejam mais envolvidos nas amizades e na vida social dos filhos”

“Passe mais tempo com os filhos. Ande de bike, saia pra jantar, estude com os filhos”

Fig. 1 - Primeiro conselho: aproximação entre pais e filhos

Fig. 1 – Primeiro conselho: aproximação entre pais e filhos

Surpreendentemente, 26% dos adolescentes escreveram conselhos relacionados a “dar limites”, ou seja, os próprios adolescentes acreditam que os melhores pais conseguem estabelecer os limites necessários para o filho e expressaram isto através de sugestões como:

“Impor mais limites e cobrá-los, não esquecendo de ter carinho sempre”

“Pôr limites e mostrar que se importa”

“Dar mais limite, controlar o tempo de computador, conhecer bem os amigos de seus filhos”

“Os pais deveriam ser mais duros com o filho quando veem que algo de errado está acontecendo”

Quem diria que não são apenas os professores, os estudiosos e os amigos da família que acham que está faltando limites para esta nova geração. Indo totalmente contra o que poderíamos imaginar, os próprios adolescentes também acham isso. No fundo eles sabem que os limites são a expressão mais concreta de que os pais se importam com eles.

13%, uma menor parte, mas não menos importante, escreveu também sobre o que os pais não deveriam fazer. Todas as sugestões estão relacionadas a “não desqualificar e não superproteger”. Exemplos:

“Não desmerecer os filhos e fazer os filhos se sentirem inúteis”

“Não sejam superprotetores, sejam fortes”

“Mães, não mimem tanto os seus filhos”

“Não nos comparar com eles: ‘na sua idade eu lavava louça e limpava a casa toda sozinha”

Por fim, 11% falou sobre “dar liberdade” para os filhos. E o curioso é que nenhum comentário sugeriu ‘libertinagem’, todos estavam relacionados a ‘liberdade com responsabilidade’.

“Deixe seu filho conhecer o mundo, mas sempre dando orientação que o ajude”

“Ensine ao seu filho a ser independente”

“Não estar 24h perto do filho, mas estar presente para ajudá-lo quando precisa”

“Não prender o filho a ele ou obrigar a seguir a profissão que ele deseja”

Fig. 2 - Dar liberdade aos filhos

Fig. 2 – Dar liberdade aos filhos

Parece que os filhos, partindo apenas da sua experiência prática, já possuem o conhecimento que a Psicologia demorou tanto para construir: que os filhos precisam do equilíbrio entre demonstrações de amor e de exigência (limites e responsabilidades) para terem um amadurecimento saudável e se prepararem para a vida.

A ciência finalmente parece estar indo no caminho certo com respeito a esse tema.

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